Edital de Cultura Digital de Florianópolis em fase final de elaboração

Durante a reunião aberta para a leitura e aprovação do Edital de Cultura Digital, que aconteceu em 29 de setembro, mais do que simplesmente ler e referendar o texto base proposto, os participantes levantaram questionamentos sobre pontos variados, que foram dos critérios para definição das categorias contempladas, até os valores de premiação destinados a cada uma delas.

 

 

Entre os 12 participantes da reunião, uma presença de peso: Claúdio Prado, produtor cultural e teórico da contracultura e da cultura digital. Prado foi coordenador da ação de Cultura Digital da Secretaria de Programas e Projetos do Ministério da Cultura (MinC), entre os anos de 2004 e 2008, na gestão de Gilberto Gil.

 

A apresentação do edital foi conduzida por Thiago Skárnio, um dos responsáveis pela elaboração do texto inicial (os outros foram Valdemir Klamt, Fernando Boppré e Dennis Radunz), que justificou a construção a partir de reuniões ampliadas sobre o tema e contribuições coletadas via internet. “As categorias colocadas neste proposta que discutimos se destacaram como os temas mais pulsantes na maioria das discussões em rede”, explicou Skárnio.

 

Mesmo assim, ao fazer a leitura do edital, surgiam questionamentos acerca de outras categorias e tópicos, com destaque para  a questão da formação das pessoas. “Gostaria de ver contemplada neste edital, a questão da capacitação, garantindo premiação não apenas para aqueles que já possuem uma produção na área”, opinou Denis Radunz, que tem participado das reuniões de leitura e aprovação de editais de outras áreas.

 

O debate foi bastante produtivo, estimulando o surgimento de uma série de alternativas para contemplar mais áreas e propostas. Skárnio destaca, entretanto, que o lançamento deste primeiro edital tem importância fundamental para o reconhecimento das pessoas que atuam na área, bem como no fortalecimento do conceito de cultura digital. Uma preocupação justificada, pois são passos indispensáveis para que o termo se firme na cidade, como forma, até, de estender seu alcance para as políticas culturais desenvolvidas em Santa Catarina.

 

A Presidente do Conselho Municipal de Politicas Culturais de Florianópolis, Marta Cesar, lembra que se trata apenas do primeiro edital, o que de certa forma lhe confere um caráter laboratorial. “A partir das demandas que surgiram, vamos poder decidir como fazer os próximos”, afirmou.

 
 

QUESTÕES PONTUAIS

 

Entre todas as questões levantadas, duas se destacaram: os valores de prêmios – em especial o destinado à digitalização de acervos, considerado por alguns dos presentes excessivamente alto – e a ausência de uma categoria que contemplasse a formação de pessoas na área de cultura digital.

 

Em relação à formação, Cláudio Prado comentou que quase todos os editais lançados na área da cultura dão atenção a esse tópico, e que uma das melhores formas de se trabalhar com isso são as oficinas. Entretanto, lembrou que os editais são direcionados ao público, e que não é possível imaginar, num primeiro momento, que demandas e propostas podem surgir a partir de então. ”Acredito que nesse caso uma alternativa seria propor a formação de formadores, de monitores digitais”, ponderou.

 

No que diz respeito à premiação para a área de digitalização de acervos, o ponto não era exatamente em relação ao valor do prêmio em si, mas sim ao fato de que isso dificultava a criação de novas categorias de premiação. Nesse caso, embora reconhecendo que a digitalização e disponibilização de acervos seja uma necessidade urgente, Denis Raduz propôs a sua retirada do edital, abrindo espaço e condições, assim, para outras premiações. “Acredito que poderíamos criar um edital específico para a digitalização de acervos”, explicou.

 

Devido às muitas sugestões levantadas durante a reunião, ficou decidido que um novo texto base seria elaborado, para posterior aprovação do edital.

 

“Os objetivos de fixar o termo “Cultura Digital” e disseminar seus conceitos serão fortalecidos a partir do lançamento deste edital”, concluiu Skárnio.

 
 

VALE DESTACAR

 

O conselho Municipal de Políticas Culturais de Florianópolis (CMPC) desenvolveu uma  série de editais públicos com recursos do Fundo Municipal de Cultura de Florianópolis. Esses editais são direcionados a várias áreas da cultura e artes, como dança, teatro, literatura e cultura popular.

 

Mesmo não tendo conselheiros específicos na área, o CMPC decidiu contemplar a Cultura Digital, o que fortalece sua importância.