Ritmo de dança angolana, festa das raças, título de samba-enredo. Kizomba pode ser tudo isso, mas na comunidade da Caeira do Saco dos Limões Kizomba é uma festa, programada sempre para a semana da consciência negra, e que tem como objetivo a exaltação da cultura afro. Por isso, é fácil encontrar lá música, comidas típicas e danças que nos remetem aos costumes dos povos daquele continente.
Ano após ano o evento foi se consolidando e tornou-se um espaço não só para as diversas manifestações afro, mas também uma oportunidade de cultura e lazer para a comunidade.
Este ano, na 17ª edição da festa, que aconteceu no dia 21 de novembro, a Kizomba contou com uma novidade: além das apresentações artísticas e da gastronomia típica, aconteceu também um acalorado debate sobre a importância da atuação das escolas de samba nas comunidades em que atuam. Levando-se em conta o entusiasmo dos participantes e os questionamentos levantados, ficou claro que essa discussão é de fundamental importância para que as escolas de samba se firmem como referências culturais nas comunidades, não apenas durante o Carnaval.
A discussão não ficou restrita às impressões dos moradores do bairro, já que havia representantes das demais escolas e de outras entidades comunitárias, o que reforça o caráter democrático da festa.
Na realização da 17ª Kizomba, além dos parceiros habituais – Grupo de Trabalho Comunitário Catarinense (GTCC) e Associação dos Moradores do Caeira (Amoca) – o Projeto Caeira 21 e o GRES Consulado contaram, também, com a parceria do Pontão de Cultura Ganesha, que disponibilizou uma equipe para a cobertura do evento e renovou a comunicação visual do evento.
Outras atrações da Kizomba
Atualmente o Projeto Caeira 21 atende aproximadamente 150 crianças, e elas foram protagonistas de quase todas as atrações artísticas da festa. Afinal, é na Kizomba que encontram um espaço para que se apresentem de diversas formas e demonstrem ao público as habilidades adquiridas nas diversas oficinas oferecidas pelo Projeto.
Apresentações da bateria-mirim, de dança e dos bombeiros mirins reforçaram nos presentes a importância do Projeto para a comunidade.
E, numa iniciativa que motivou ainda mais a participação das crianças, a jornalista do Pontão Ganesha que trabalhou na cobertura do evento abriu espaço para que dois meninos do Projeto a auxiliassem nas filmagens. Os garotos tiveram a oportunidade de operar a câmera, entrevistar os convidados e cuidar da projeção dos filmes no “Cineminha”, que projetou filmes sobre cultura afro e quilombolas nas paredes da quadra do Consulado.
No encerramento da Kizomba, a Velha Guarda do Consulado do Samba subiu ao palco e esquentou a comunidade ao som dos sambas dos carnavais anteriores.