Reportagem: Carine Araujo/Tabuleiro Produções Cobertura Compartilhada
Fotos: Simão Augusto
O Ministro Juca Ferreira esteve presente à abertura oficial da Teia 2010: Tambores Digitais na noite de sexta-feira. Ele discursou na abertura e falou sobre o trabalho de Célio Turino, que se despede da Secretaria da Cidadania Cultural para candidatar-se a Deputado nas próximas eleições.
” Nós demos uma encomenda ao Célio e ele fez muito mais do que a encomenda pedia”, disse.
A despedida do secretário foi emocionada e seu trabalho aplaudido de pé pelos participantes do encontro. Em seu lugar foi anunciado o poeta e atual Diretor do Programa Cultura Viva, TT Catalão.
“Na verdade eu sempre estive no projeto, desde o início, construindo discursos, fotografando, assessorando. Estou saindo de uma situação de bastidores”, contou o novo secretário.
O nome de TT foi bem aceito. Durante o anúncio, ele e Célio Turino ficaram abraçados. O Ministro louvou o trabalho dos dois e disse não saber quem deles se dedicava mais ao projeto.
“Nossa agenda de trabalho não diferencia muito da de qualquer outro ministro. São 16, 18 horas de dedicação exclusiva. Todo esse resultado que estamos vendo agora é fruto dessa dedicação durante 8 anos”, comentou Juca Ferreira.
Sobre a saída do Célio Turino ele disse: “Ninguém é insubstituível. O Gil saiu e o trabalho continuou. Hoje é o Célio, amanhã sou eu e o trabalho continua, temos de ver esses processos de forma menos personificada. O TT Catalão é um amigo, uma pessoa capaz, responsável, já está no projeto há muito tempo e vai saber conduzir o processo.”
Para TT, o principal desafio agora é a aprovação da Lei Cultura Viva:
Existem duas vertentes, uma é a institucional: nós fizemos a emenda, embasamos, enviamos. Outra é a constitucional e essa não podemos negar que é morosa. Mas o mais importante é que quem nos respalda é o movimento popular e esse tá aí tocando tambores e gritando ‘Vamos lá, vamos aprovar!
O Ministro concorda que a aprovação da Lei não deve sair agora: “Vai demorar, mas vai acontecer”. Quando perguntado sobre se a continuidade do projeto pode ser comprometida com a mudança de governo, afirmou:
“-Se a Dilma ganhar, o projeto continua. Eu falo da Dilma porque ela já se comprometeu, tem de saber se os outros também assumem esse compromisso. Mas acredito que qualquer presidente que assumir deve continuar o programa.
– Até o (candidato) Serra, Ministro?
– O governo de São Paulo tem lançado editais para seleção de Pontos de Cultura, o trabalho tem encontrado eco por lá.”
TT Catalão também acredita nessa possibilidade. “Os estados estão envolvidos. A partir do momento que se criou essa parceria, os recursos são repassados para o Estado e não temos encontrado problemas com esse processo. Hoje nos reunimos com Gestores de todos os estados e há interesse de todos eles, independente de partido, em participar desse processo. Então não acredito no sucateamento do projeto, porque como o nome mesmo diz, é vivo, são as pessoas, o povo, que alimenta o movimento.”
Célio Turino reforça essa idéia: “Trabalhamos com o empoderamento social, isso é irreversível. É um processo que já existia, sempre existiu, o que fizemos foi fomentar, foi dar as ferramentas, mas o know how todos eles já tinham. E hoje o projeto ganhou uma dimensão suprapartidária, é reconhecido internacionalmente, não dá pra fechar os olhos pra isso.”
TT Catalão assume a partir do dia 1º de abril.
Quem é TT Catalão:
TETÊ CATALÃO, poeta, jornalista, letrista, ativista cultural sempre de plantão. Há tempos semeia versos e cantigas de maldizer na imprensa, para a alegria de uns e a irritação de outros… Uma verve solta, afiada, cáustica, que tem origem no Boca Maldita Gregório de Matos, passa pela ironia do Barão de Itararé, verseja no melhor estilo “palavra-puxa-palavra” e desemboca… sei lá, na Rodoviária de Brasília, na selva de pedra ou no heliporto de alguma repartição pública… Para ele, tudo flui, é passageiro. O Manoel de Barros, outro poeta iluminado, é passarinho. Tetê se confessa passageiro e recita: Na vida tudo passa, só não passa o ônibus do Guará… Anárquico, ditirâmbico… Uma lucidez alucinada. (Antônio Miranda)