“Faça algo errado; e diga que fui eu que mandei fazer” finalizará a agenda de 2010 do Memorial Meyer Filho, espaço que abrigou as exposições: Todas Estas Flores, Fabulações Reminiscentes, Cadernos de desenho, Memórias do Espaço-Tempo, Pequenos desejos dançados, Cartas ao Mar, Do que o que se sabe e Dicionário de Idéias Feitas.
Sobre o Memorial
O Memorial, concebido em homenagem ao artista modernista, está localizado exatamente no centro histórico da capital de Santa Catarina, a Praça XV de Novembro. Desde 2008 o MMF, além de um lugar que preserva a memória de Meyer Filho, passou a ser um espaço expositivo de experimentação em arte por grupos de artistas, curadores e críticos de arte.
Na concepção de Kamilla Nunes, curadora residente do espaço e diretora de arte do Instituto Meyer Filho, “o espaço possui uma política de incentivo aos artistas contemporâneos, dando visualidade aos mais jovens, resgatando as produções de décadas passadas e provocando intercâmbios entre artistas conceituados de outros estados com o público residente em Florianópolis”.
Neste sentido, a parceria constante com alunos e professores do curso de Artes Visuais da Universidade do Estado de Santa Catarina vem contribuindo para a formação e profissionalização do setor, principalmente porque esta universidade não possui um espaço expositivo próprio.
Sobre a exposição “Faça algo errado; e diga que fui eu que mandei fazer”
A motivação deste projeto surgiu de uma curiosidade em descobrir/visualizar os vestígios (ou indícios) das instruções, também entendidas como partituras abertas. As instruções presentes na exposição partem dos anos 60 até os dias atuais, de artistas e escritores, tanto estrangeiros quanto brasileiros. Muitas delas são escrituras que não se preocupam com um resultado visual final, mas com a experiência subjetiva e ação individual no cotidiano.
Das instruções que estão localizadas em projetos como Do It, Hágalo Usted, Grapefruit, PF, Histórias de cronópios e de famas de Julio Cortázar, Fluxconcert e fluxuSemuseuSemfluxu, escolhemos dezoito para serem executadas/interpretadas, dos seguintes artistas: Adriana Barreto, Andreas Slominski, Cesare Pietrousti, Dick Higgins, Felix Gonzalez-Torres, George Brecht, Jorge Macchi, Julia Amaral, Julio Cortázar, Lygia Pape, Steve Kaltenbach, Raquel Stolf, Renata Patrão, Takehisa Kosugi, Vanessa Schultz, Yoko Ono e Yiftah Peled.
A execução/interpretação destas instruções foram realizadas pelas curadoras da exposição: Kamilla Nunes, Priscilla Menezes e Teresa Siewerdt e pelos artistas convidados: Adriana Maria dos Santos, Jorge Luiz, Fábio Moraes, Fernando Weber e Fred Gorski.
Importante lembrar, também, que o título da exposição é uma instrução do artista Jorge Menna Barreto, de 2006. Fica em aberto a interpretação, caso queiram pensar esta exposição como um erro. De qualquer forma, e se de fato for um erro, reiteramos que a culpa é de Jorge Menna Barreto.
Texto das curadoras da exposição:
“Fazer algo errado e dizer que foi Jorge Menna Barreto quem mandou; enviar uma imagem para Cesare Pitrousti de algo que certamente não é arte, espremer um limão em um banco de bicicleta. O propósito se sabe (?): suscitar reflexões sobre os paradigmas da performance fora do conceito engessado e tradicional que encerra a obra em esteriótipos. Para-além de publicação, Do It, Hágalo Usted, Grapefruit, PF, Histórias de cronópios e de famas de Julio Cortázar, Fluxconcert e fluxuSemuseuSemfluxu, são espaços contendo instruções por fazer, obras completadas quando na ação do outro (?) desvirtuam, a partir da idéia de interpretação, as definições de público, de artista, de obra. Nada de imposição, o não fazer também é permitido: Eu não vou fazer nada e nem você precisa fazer, diz a instrução de Adriana Barreto. Onde está a obra? Na intenção do artista combinada com a ação do público? Na intenção do artista? Na ação do público? É obra quando não há fazer? A indefinição importa? “
O quê: Exposição coletiva “Faça algo errado; e diga que fui eu que mandei fazer”, com curadoria de Kamilla Nunes, Priscilla Menezes e Teresa Siewerdt
Onde: Memorial Meyer Filho, Praça XV de Novembro. Centro da Capital.
Quando: Dia 12 de novembro, às 19h. Até dia 31 de dezembro.
Visitação: Das 13h às 19h, de segunda a sexta.
Quanto: Gratuito
Contato: (48) 9114 6111 – Kamilla Nunes – nunes.kll@gmail.com