Torelly lembrou que há várias esferas envolvidas nesse processo de sustentabilidade (distribuição de rendas, preservação ambiental e, sobretudo, o compromisso com as futuras gerações), a maioria ainda influenciada por um comportamento capitalista que defende a crença de que o desenvolvimento é perpétuo. “É uma crença falsa, e isso fica cada vez mais claro à medida em que a crise internacional se agrava e atinge não apenas empresas, mas a chamada divida soberana dos países”, afirmou.
Os diversos tópicos que envolvem a relação Cultura X Desenvolvimento Sutentável foram abordados também pelo secretário adjunto da Cultura do Rio Grande do Sul, Jéferson Assumção, que chamou atenção para a cultura como elemento de qualificação do desenvolvimento econômico e social. Para Assumção, o setor cultural está cada vez mais representativo e a sociedade mais participativa. Mesmo assim, destacou que a cultura como forma de sustento ainda é privilégio de poucos e isso precisa ser ampliado. “O modelo desejável é aquele que quer fortalecer a sociedade do conhecimento, da educação, da informação, da troca de experiências culturais. A questão da cultura tem surgido como um vetor importante, também, no processo conscientizador e anticonsumista. Mas não podemos apenas ter obrigações; precisamos de investimento”, defendeu.
Nesse sentido, o secretário destacou a necessidade de se estimular novos comportamentos, tanto por parte da sociedade quanto dos governos e do mercado. “É preciso investir mais em cultura, desenvolver políticas nas mais diferentes esferas e alertar ao mercado que são necessárias outras formas de empreendedorismo que levem em conta os potenciais do setor criativo”.
Rio+20
Reforçando a proposta de se chegar à Conferência das Nações Unidas com uma posição consensual dos países do Mercosul em relação à cultura e sustentabilidade, Assumção lembrou que está programada para abril, em São Paulo, uma reunião ampliada, que além de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, incluirá Chile, Venezuela, Colômbia, Equador e Peru, na qual os ministérios da cultura da região devem formalizar uma opinião regional conjunta sobre o tema.
“É um desejo da presidenta Dilma que haja um consenso regional em todas as áreas, então, estamos perseguindo isso também na Cultura. Não temos dissenso. Ao contrário, temos muitos consensos”, comemorou.
De acordo com Assumção, durante a Rio+ 20 o MinC contará com dois espaços no Galpão da Cidadania e no Armazém do cais do porto, ambos abertos a manifestações culturais diversas. “Nossa ideia é reunir debatedores, conferencistas e artistas, garantindo que na Rio+20 a questão da cultura não seja um tópico decorativo”, finalizou.
O seminário prosseguiu com as mesas sobre “O pontenSocial da Cultura”, “A dimensão econômica do desenvolvimento cultural” e “Diversidade e Sustentabilidade”.
Leia mais:
http://www.cultura.gov.br/site/2012/01/29/cultura-e-sustentabilidade-4/
http://www.cultura.gov.br/site/2012/01/30/cultura-e-sustentabilidade-5/
O Pontão Ganesha participa da Cobertura Colaborativa Especial Ciranda III FML (Link http://www.ciranda.net/mot/forum-midia-livre)
Texto: Thiago Skárnio e LuZuê | Fotos: Thiago Skárnio