Ciclos femininos e a Ecologia

Ainda na tarde da sexta-feira. 22 de maio, mulheres representantes dos grupos que participavam da 3ª festa da biodiversidade, reuniram-se para discutir e conhecer novos métodos contraceptivos e absorventes menos agressivos ao meio ambiente. Conduzidas pela fala da ativista Camila Moreno, mais de vinte mulheres ressaltaram o poder feminino e seu envolvimento com o meio ambiente.

Camila e a representante do núcleo Amigos da Terra, Lúcia Ortiz apresentaram o método contraceptivo do diafragma. De acordo com eles o equipamento feito de látex e silicone, só é produzido na Europa, e por ser exportação tem um custo muito mais alto para as consumidoras brasileiras. “ Só conseguimos ele através de encomenda, com custo 40 Euros mais o transporte, sendo que esse material poderia muito bem ser desenvolvido e comercializado direto no Brasil, já que nós possuímos a matéria prima necessária” salienta Lúcia.

Outro assunto debatido durante o encontro, foi a adaptação do biosorvente. O biosorvente surge com a proposta de substituir os absorventes descartáveis e assim agredir um pouco menos o meio ambiente. O produto feito artesanalmente em algodão cru, tem um custo-benefício bem mais compensador à consumidora. “Os absorventes produzidos industrialmente possuem químicas que alteram o fluxo menstrual das mulheres, enquanto produtos como o biosorvente não tem alterações químicas, e assim não agridem o organismo, nem o meio ambiente” esclarece Camila.

Encontros como esse ainda não tem previsão de serem repetidos, no entanto, na lista de e-mail construída durante as discussões, fica a vontade de continuidade e o convite para que mais mulheres percebam a importância de sua participação na luta a favor da Ecologia. “A mulher precisa se apropriar mais do seu corpo e perceber o quanto ele está ligado ao meio ambiente, a ecologia, ao ciclo da vida” reafirmou Camila.

Por Fabiane Berlese
Jornalista do Pontão Ganesha