Disponibilizado no Blog dos Pontos há mais de um ano, o Catálogo Catarina tem como proposta estimular as ofertas de serviços e/ou produtos entre os Pontos de Cultura de Santa Catarina, servindo como forma de fomentar a economia solidária.
Embora seja uma maneira simples e rápida de colocar em prática essa forma de relação, o recurso é pouco utilizado pelos Pontos catarinenses, e atualmente encontram-se ali registradas apenas quatro ofertas e nenhuma procura. Considerando-se um universo de mais de 50 pontos de cultura em atividade no estado, o número é pouco expressivo.
Ao divulgar a oferta de Oficinas de Audiovisual – Projeto Escolinha Itinerante, o Ponto de Cultura Escolinha de Cinema, de Criciúma, que tem a Associação Beneficente Abadeus como proponente, pensou em utilizar o espaço como uma alternativa para buscar a sustentabilidade do projeto, viabilizando convênios com outras entidades.
Para Antônio Rozeng, que durante quase três anos dedicou-se quase que exclusivamente ao Ponto de Cultura Escolinha de Cinema, é necessário que os pontos de Santa Catarina se apropriem daquele espaço e, sobretudo, da prática de estabelecer esse tipo de relação, transformando em prioridade a divulgação do que cada iniciativa cultural tem a oferecer. “Sabemos que as redes sociais são uma das melhores formas de tornar públicas as nossas atividades. Essa questão, inclusive surge em todos os fóruns de discussão que temos aqui na região Sul do estado. Mas às vezes tenho a impressão de que o blog é utilizado apenas como forma de registro, enquanto o Facebook acabou transformando-se em espaço de divulgação, o que talvez se justifique pelo alcance que tem”, opina.
Rozeng acredita que essa troca de informações precisa transformar-se em um hábito para que o recurso disponibilizada pelo Catálogo Catarina funcione de forma efetiva.
Idealizador da ferramenta, Gilson Máximo, do Ponto de Cultura Popular no Rumo de João Maria, da Fundação Cultural Matakiterani (Lages), acredita que há dois motivos diretamente responsáveis pelo que ele considera uma “subutilização” da proposta. Primeiro, Gilson acredita que os pontos ainda não absorveram realmente a ideia da necessidade de buscar a sustentabilidade por meio dos serviços que oferecem. Além desse, segundo explica, existe a dificuldade de conceber, por exemplo, que uma oficina é um serviço, e que isso pode ser oferecido e trocado. “Tivemos três anos de convênio e quando se aproxima o fim do projeto percebo que boa parte dos pontos não terá gerado condições de manter as atividades sem a verba do governo, que é uma forma de financiara as atividades, mas não a única. Isso mostra uma certa fragilidade na forma de pensar a gestão dos Pontos de Cultura”, observa.
Para ele, a prática de cadastrar serviços ou produtos no Catálogo Catarina serviria para potencializar as possibilidades de parcerias e contratação de serviços, afinal ali poderiam ser visualizadas inúmeras atividades desenvolvidas em todas as regiões do estado. “Somos quase 60 pontos desenvolvendo diferentes iniciativas, e os municípios podem precisar do que oferecemos. Mas isso requer sequência no processo”, explica.
Gilson acredita que mesmo com muitos Pontos encerando as atividades nos próximos meses, ainda há a necessidade, e mais do que isso, a importância de se colocar a iniciativa em prática, e sugere, inclusive, algumas estratégias, como por exemplo, a ampliação da divulgação das ofertas elencadas no espaço do Catálogo Catarina em outras redes sociais e, até, a necessidade de se cadastrar os serviços e apresentações artísticas no Catálogo como condição para participação na Teia Catarina. “São ideias, ainda não discutidas e ampliadas, mas com o objetivo de tornar o uso deste recurso um hábito, e desta forma ampliar a visibilidade das iniciativas”, finaliza.