Bicho banco, uma proposta de exposição do grupo Fora, composto por artistas de Santa Catarina, conquistou o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2013 – Atos Visuais Funarte Brasília – Galeria e Marquise. Para a intervenção, Bruna Maresch, Camila Argenta, Gabriel Scapinelli e Nara Milioli criaram mobiliários lúdicos, feitos de madeira. Inspirados na natureza, os cinco bancos remetem à cigarra, ao bicho-pau, à mariposa, ao grilo e ao percevejo. A visitação ocorrerá até o dia 16 de março, de segunda a domingo, das 9h às 21h.
Um dos mais importantes do cenário das artes visuais no Brasil, o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea estimula a multiplicidade e a diversidade de linguagens, em suas variadas modalidades de manifestação. O disputado concurso promove e difunde a produção artística; a reflexão e o intercâmbio de ideias, no campo das artes visuais, contribuindo para a formação de plateia e a construção da recente história da arte do país.
As estruturas-bichos formam bancos-espreguiçadeiras, que convidam o espectador a parar, sentar, se espreguiçar e até brincar. A referência aos insetos sugere a interação com o meio ambiente. Articulados, os “bichos banco” foram projetados para funcionar como elementos atrativos. Isto é: sua adaptação no espaço prioriza a criação de fluxos de passeios e encontros. Uma das propostas da obra é convidar o espectador a permanecer no espaço urbano, em áreas abertas e públicas, e usufruir delas. Os “bichos” permanecerão por um mês em exposição na Marquise da Funarte em Brasília. Ao final da intervenção, serão doados a algum espaço público.
“Desde o início do percurso do grupo Fora, as ações propostas nos jardins abertos de Florianópolis sempre tiveram um caráter informal. Com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2013, estamos aprendendo outras maneiras de trabalhar juntos. Aproveitamos a possibilidade de expandir nossas intervenções para outra cidade, com o reconhecimento profissional e o respaldo financeiro, além de promover encontro e amizade com outros profissionais”, diz Camila Argenta, uma das integrantes do coletivo.
Esse projeto técnico-construtivo é um desdobramento de um bicho banco já realizado pelo grupo Fora, em 2012 em Florianópolis. O bicho-pau está em uma praça no bairro Santa Mônica, onde é utilizado por moradores e passantes. A eficiência no trabalho de marcenaria das peças está assegurada pela experiência do grupo Xilocoletivo, composto por arquitetos marceneiros, que atuam há quatro anos na capital catarinense.
Cigarra & Cia. é o título do catálogo da mostra Bicho-banco. O texto é do crítico e curador independente Fernando Boppré.
Desde 2010, em Florianópolis, realiza estudos e mapeamento de terrenos baldios, acompanhados de ações, intervenções e reflexões. Com uma atuação marcada pelos cruzamentos entre arte, arquitetura, marcenaria e design, o coletivo aposta na apropriação experimental e efêmera de espaços públicos e terrenos vagos, sem cercas ou muros, por meio de dispositivos como mobiliários, canteiros de plantas daninhas, pipas, cartazes, e ainda através da produção de eventos, piqueniques e festivais. Em cada local, os artistas realizam as ações de acordo com as características e o contexto do espaço a ser utilizado. A convivência nos terrenos possibilita o contato e a troca de experiências com a população e conduz a outros processos de interação coletiva.
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