No primeiro debate que aconteceu na manhã de terça-feira (18/09), as discussões foram intensas, passeando por temas interligados que evidenciaram tanto preocupações latentes quanto a existência de uma serie de demandas quando o assunto em questão é a democratização da comunicação e sua ligação com a cultura.
Com a mediação do jornalista Antônio Martins, editor do site Outras Palavras, e as falas inspiradoras de Beto Almeida (da TV Cidade Livre – Brasília) e Roseli Goffman, secretária Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), a atividade teve grande participação, tanto por parte das pessoas presentes ao auditório Capanema quanto daqueles que acompanhavam a transmissão do evento ao vivo, pela internet.
Na exercício de se debater os desafios da promoção do direito à comunicação e da expressão da diversidade cultural nas diversas mídias, alguns tópicos, em especial, chamaram muita atenção, como por exemplo a importância das emissoras comunitárias e os meios de garantir sua manutenção. Por este mesmo caminho brotavam os questionamentos a respeito dos critérios utilizados pelo Governo federal para a divisão das verbas destinadas à comunicação – dados divulgados pela Presidência da República mostram que apenas 10 empresas de comunicação concentram mais de 70% da verba federal para publicidade, em especial a TV Globo.
Outro tema que rendeu acaloradas declarações foi a ausência da regulamentação de artigos constitucionais que regulem as relações entre emissoras públicas, privadas e estatais, estabelecendo, por exemplo, competências, formas e limitações de atuação.
“Existem, ainda, muitos obstáculos que impedem a existência de uma comunicação que contemple a pluralidade de vozes e a diversidade cultural existentes no Brasil”, disse Roseli Goffman. “Nosso desafio é promover essa diversidade através da comunicação”, acrescentou Antônio Martins.
Pelo tom do debate, ´percebe-se que a nivelação da discussão depende de questões que envolvem não apenas o papel dos entes governamentais, mas também da tomada de posições por parte da sociedade, que precisa entender seu papel e seus direitos, não apenas como espectadora, mas também como produtora do conteúdo veiculado.