Em uma feira é comum ter doces, ervas, plantas, literatura de cordel, bijuterias com escamas de peixes, livros, roupas, artesanato… Mas quando além de todas essas coisas, a feiras aglomera aos seus produtos, consciência ambiental, politica e lutas sociais, aí ela vira festa. No dia 22 de maio, o largo do Mercado Público em Porto Alegre celebrou a 3ª edição da Festa da Biodiversidade. Durante todo o dia centenas de pessoas puderam conhecer produtos e propostas de diversos projetos sociais e ecológicos desenvolvidos em Porto Alegre, e toda a região metropolitana do RS. Entres expositores e organizadores, certamente não poderiam faltar os Pontos de Cultura que tem como principio a Economia Solidária.
Do ponto de Cultura Vitória-Régia, uma das mentoras da festa, Marly Cuesta, afirma que essa festa é a afirmação da força de vontade e preocupações ambientais de todos os grupos ali presentes. De acordo com ela, não conta, nem nunca contou com apoio de qualquer instituição politica, e é justamente isso que a torna cada vez mais forte. “ Nós nos reunimos e investimos nessa feira, cada banca é responsável por suas despesas aqui. Aluguel das barracas, montagem, iluminação, transporte dos materiais, cada um arca com o seu, em um evento que o lucro das vendas corri o risco de nem suprir os gastos, mas por amor e fé nas suas causas” manifesta.
A maioria dos expositores na feira tem ligação às equipes desenvolvedoras do programa Economia Solidária e dessa forma trabalham com oficinas em prol da geração de trabalho e renda à famílias carentes. “O que nós trouxéssemos aqui para comercializar hoje foi produzido lá no ponto entre as nossas oficinandas, e o arrecadado voltará para elas” comenta Marly.
Outra causa de grande destaque ao evento é a conscientização e preocupação com o meio ambiente e a luta com o deserto verde na região metropolitana. “A gente vem até aqui, para mostrar que nós estamos dispostos a brigar contra o uso abusivo dos mananciais pela industrias papeleiras, e pelo desmatamento das nossas árvores, e as plantações inconseqüentes de pinheiros” afirma.
Para o Mestre Griô, Francisco Paulo Jorge Pinto, a falta de comprometimento Político é ocasiona a necessidade desses encontros para que a troca entre o que é realmente popular se efetive. “ Nós precisamos desses espaços de convivência, para unir nossas forças, e lutar pelos nossos direitos, e defender o que a gente acredita”
A festa acontecerá apenas nesta sexta-feira, porém durante toda a semana ainda serão propostas algumas atividades dentro da semana da biodiversidade. Já no dia 5 de junho, exposições, debates, oficinas e a feira de produtos farão o encerramento das comemorações no Parque da Redenção, em Porto Alegre/RS. Interessados em expor, ou realizar oficinas podem procurar a representante do INGÁ (Grupos de Estudos Ambientais) e integrante Comissão Organizadora, Paula Cassandra, através do email: paulacassandra@gmail.com.