Nas graças de Chaplin

Na parede da sala escura, o filme em preto e branco, relembrava as produções lá da década de 30. Uma época bem distante do conhecimento e da vivência de quem naquela sala estava. E mesmo que na tela eles estivessem tomando conhecimento dos tempos modernos de outrora, agora, os tempos modernos são outros, e esses sim, eles conhecem bem. O filme apresentado era Tempos Modernos de Charles Chaplin. O público não tinha mais que 1.40 de altura, e seus poucos 10 anos de idade.

Ao lado da sala de exibições acontecia uma oficina de informática, mas sobre isso não se queria saber mais. Afinal de contas computador, celular, MP (algum número qualquer), já é um produto bem manipulado nas mãozinhas deles. A novidade era aquele cara, também não muito alto, chaplin media apenas alguns centímetros a mais que eles, mas que na tela era um gigante da graça. Responsável pelos olhos estáticos, comentários eufóricos e as gargalhadas desmedidas dos cerca de 15 meninos, que pela primeira vez desfrutavam de toda a graciosidade do humor de Chaplin.

Por Fabiane Berlese
Jornalista do Pontão Ganesha