Forinho: pelo futuro de outro mundo possível

Contação de histórias, oficina de bonecos, de tradicionalismo, outra de confecção de brinquedos e instrumentos a partir de sucatas eram as atividades oferecidas no Forinho, no tempo que passamos lá hoje.  
Organizado desde o ano passado pela ong Cataventus, quando passou a chamar-se Forinho (antes Forunzinho), o evento também mudou de lugar. O local escolhido este ano para acolher o evento foi a Escola Estadual Rio Grande do Sul, no centro de Porto Alegre.
Bosque da Jô da Sucata
Devidamente “enfeitada” pelos voluntários para receber o Fórum dirigido a crianças e adolescentes de 5 a 16 anos em situação de vulnerabilidade, a escola recebe de hoje até o dia 25 diversas escolas, instituições e projetos sociais que acolhem estes cidadãos do futuro.
São os voluntários os principais responsáveis pelo sucesso que vem tendo o Forinho. Yasmin Basso, estudante e atriz, Jane Basso, bibliotecária e Guilhermina Garcia, aposentada e contadora de histórias (na foto, da esquerda para a direita) nos contam como a produção do espaço para receber o Forinho fica muito por conta dos voluntários, que trazem todos os materiais das oficinas e até o pó de café. “Pagamos para ser voluntárias”, diz Jane. Os voluntários são cerca de 80 pessoas este ano, número semelhante ao da última edição, quando recebeu cerca de 3 mil crianças e adolescentes, uma média de 500 por dia, segundo a coordenadora geral do Forinho e professora aposentada, Érica Mylius, também presidenta da Cataventus. “O Forinho é uma ação quase individual”, diz Érica, “o material é todo da organização, muito material trazemos da nossa casa”. Algumas parcerias com empresas também foram feitas.
Érica recebe mais uma instituição que chegou para o período da tarde
A sucata e a contação de histórias tem espaço privilegiado entre as atividades oferecidas. Mas há também oficinas de higiene bucal, sobre sexo – com os adolescentes, algumas apresentações artísticas, contam as voluntárias.  A professora aposentada, Fátima Siqueira (foto abaixo), realiza uma oficina de “tradicionalismo”, contando “a história do RS, dos nossos costumes e tradições”. São atividades que atraem escolas e projetos, inclusive de cidades vizinhas. Em Porto Alegre, elas contam agora também com transporte gratuito pela Trensurb, desde que devidamente credenciadas para o Forinho.
 
A coordenadora disse não ter condições de nos dizer ainda qual a demanda este ano, por ser ainda o primeiro dia. Realmente, assistimos à “inscrição” – para amanhã à tarde -, de uma instituição que virá com 32 adolescentes e cinco crianças. Há uma instituição que virá todo dia, outra que trará suas crianças todas as tardes. Os principais focos são a consciência ambiental, a responsabilidade social e o estímulo ao hábito da leitura. “A ideia é responsabilizar as crianças pelo planeta, que é delas”, conclui Érica.
 
Feira de Trocas – a criança traz um brinquedo ou livro que não queira mais e trocar por outro
 
 
Texto e fotos: Terezinha Vicente. Vídeo: Ingrid Bezerra e Thiago Skárnio