Encontro em Lages reúne representantes de ações do Programa Cultura Viva em SC

Um levantamento informal, feito a partir das declarações dos cerca de 35 representantes de Pontões e Pontos de Cultura, Griôs, Aprendizes e Tuxáuas que compareceram ao Encontro Estadual do Programa Cultura Viva, promovido em Lages (SC) pelo Pontão da UFSC, apontou que atualmente essas propostas atendem aproximadamente 21.500 pessoas no Estado. Levando-se em consideração que aproximadamente 50% dos pontos conveniados compareceram ao evento, esse contingente é, com certeza, bem maior.
 
Esse número (considerado alto para um programa relativamente novo em Santa Catarina) provocou surpresa entre os presentes, mas poderia ser considerado o fato menor diante das muitas “descobertas” que aconteceram durante a primeira manhã do Encontro. A declaração de Jone Schuster, do Ponto de Cultura Maravilhosas Artes (“Eu nem sabia que havia uma ação Griô no Oeste do Estado”), por exemplo, comprova que ainda há muito que se desvendar, integrar e trocar nesse universo.
 
A proposta básica da reunião, que acontece durante o final de semana (22 e 23 de maio) é dar continuidade ao que foi decidido no Fórum Estadual dos Pontos de Santa Catarina (Teia Sul – São Francisco do Sul – Fev/2010), que apontou a necessidade de se realizar encontros esporádicos e descentralizados, para facilitar a participação de representantes de todo o estado.
 
Mas além disso o encontro coloca em discussão, também, questões bastante complexas, relacionadas essencialmente à necessidade de uma articulação bastante efetiva entre os pontos e representantes das demais ações do Programa Cultura Viva no Estado. “Estamos vivendo uma modificação, um ajuste das políticas de estado junto às representações culturais, e precisamos definir perspectivas a médio e longo prazo para salvaguardar esse processo que vem sendo construído”, explicou André Ruas, coordenador do Pontão da UFSC.
 
Já no início do encontro, o Tuxáua Thiago Skárnio, chamou atenção para o fato de que esses 60 novos Pontos de Cultura catarinenses efetivados a partir do convênio firmado entre o Ministério da Cultura (MinC) e o governo catarinense não são precursores da iniciativa no estado. “Antes do convênio com o MinC haviam 17 projetos em Santa Catarina, todos conveniados nacionalmente, mas ao final do processo apenas seis continuavam ativos. E poucas pessoas conhecem esse histórico”, ilustrou Skárnio, como forma de demonstrar que embora a integração entre os pontos de SC esteja em visível crescimento, ainda há muito para se avançar.
 
DECISÕES
A partir de tudo o que foi discutido durante a manhã, algumas propostas foram levantadas e devem ser efetivadas até o final do encontro.
 
Uma delas diz respeito à elaboração de uma carta, que servirá, também, como forma de intensificar a articulação com os representantes políticos do estado. “Não podemos ficar presos apenas à rede de pontos, mas sim avançar como movimento cultural. Para isso, nossos encontros devem resultar em cartas que levem ao conhecimento do governo que não estamos apenas realizando reuniões e esperando que eles ajam”, opinou Reno Caramori Filho, do Ponto de Cultura Retratos.
 
Além disso, reforçando o que também já havia sido colocado durante o fórum estadual, na Teia Sul, foi novamente discutida a proposta de divulgar mais informações acerca das ações e atividades dos Pontos de Cultura a toda a comunidade. “Se isso for pulverizado em todos os espaços, aí sim, estaremos construindo uma rede de apoio ao processo da consolidação dos Pontos em nosso estado”, acrescentou Jone Schuster.
 
Os temas discutidos durante a manhã deixam explícita a preocupação com os compromissos com as ações implementadas pelos pontos e demais ações, e as estratégias que se deve seguir para garantir sua continuidade.
 
Na sequência do encontro (tarde de sábado e domingo) haverá uma troca de vivências sobre “Gestão e Alternativas administrativas para Pontos de Cultura”, uma mesa redonda sobre Tuxauas, Griôs e Pontos de Cultura e um debate sobre a organização catarinense dos Pontos de Cultura.