Convocação: Plataforma Puente Cultura Viva Comunitária

Rede Latinoamericana de Arte para a Transformação Social (RLATS), Articulação Latinoamericana Cultura e Política (ALACP), Rede Latinoamericana de Teatro em Comunidade, Asociação Latinoamericana de Educação Radiofônica (ALER), Rede Maraca, Rede Brasileira de Arte Educadores (ABRA), Rede Latinoamericana de Gestores Culturais, Juntos: Conexão Cultural Latinoamericana, Comissão Nacional de Pontos de Cultura (Brasil), Rede Afroambiental, Rede Nacional dos Povos de Terreiros, Telartes (Bolivia), Pueblo hace Cultura (Argentina), Plataforma Puente Valle de Aburra, Cátedra Medellín-Barcelona, Rede Acão Griô (Brasil), Hivos (Bolivia)

Apresentação

De 17 a 22 de Maio de 2013 será realizado na cidade de La Paz, Bolívia, o 1 Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária

O evento reunirá mais de 600 representantes de todos os países do continente, participantes de redes de organizações de Cultura Viva Comunitária ( Pontos de Cultura, Centros Culturais, Bibliotecas Populares, Grupos de Teatro Comunitário, Coletivos de arte de rua, Muralismo, Circo Social, Música, Dança, Cultura Digital, Software Livre, Hip-Hop, Rádios e Canais de Tvs Comunitárias, Escolas populares de Arte e transformação Social, etc).

A este encontro chegarão também 5 caravanas culturais de grupos e redes provenientes da América Central, Brasil, Peru, Colômbia e Argentina.

A atividade envolverá espetáculos, Intercâmbios com organizações culturais, conferências, debates, feiras, oficinas, cortejos e mobilizações de rua que reunirão cerca de 10000 pessoas em La Paz, com o objetivo de fortalecer os processos de Cultura Viva Comunitária na América Latina e conscientizar sobre a necessidade de novos modelos de políticas públicas que apoiem e multipliquem estas iniciativas nas comunidades e territórios do continente, destinando a este setor pelo menos 0,1% dos orçamentos governamentais. Com este objetivo também participarão do evento representantes do legislativos e gestores públicos dos diversos países latinoamericanos, compartilhando experiências na perspectiva de apoiar estes processos em cada país.

Na organização deste evento trabalha a organização Teatro Trono – COMPA, representantes na Bolívia do Coletivo Latinoamericano Plataforma Puente Cultura Viva Comunitária, integrados por redes, organizações e coletivos nacionais latinoamericanos, a Red Telartes (Bolívia), e conta com o apoio de um importante conjunto de organizações sociais e o respaldo do Governo do Estado Plurinacional da Bolívia, que estão empenhados em articular que durante o Congresso de sancione no país uma Lei Nacional de Apoio à Cultura Viva Comunitária.

Histórico

O I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária é a continuidade de um processo de articulação continental desenvolvido nos últimos 10 anos, com o objetivo de dar fortalecer e dar visibilidade às mais de 120 mil experiências populares de atividades culturais e comunitárias que existem no continente, mobilizando atualmente a cerca de 200 milhões de pessoas em eventos e oficinas, trabalhando intensamente junto a estas comunidades e territórios mesmo sem um reconhecimento adequado por parte das políticas públicas e legislações culturais vigentes na América Latina. Este processo deu origem ao Coletivo Latinoamericano Plataforma Puente Cultura viva Comunitária, que se articulou a partir da iniciativa de centenas de organizações e redes, com episódios como os Fóruns Sociais Mundiais de Belém (2009) e Porto Alegre (2012), a sanção de um anteprojeto de recomendação legislativa no Parlamento do Mercosul em apoio aos Pontos de Cultura, O “Encontro de Redes de Latinoamerica – Plataforma Puente – 100 organizaciones culturales” realizado em Medellin no ano de 2010, a intervenção em 2011 no IV Congresso Iberoamericano de Cultura e na Cúpula Social do Mercosul, e finalmente a Semana Continental pela Cultura Viva Comunitária durante o ano de 2012, junto com a realização da Caravana Por La Vida, que chegou a Cúpula dos Povos na Rio+20.

Um grupo de organizações culturais latinoamericanas provenientes da Colômbia, Brasil, Guatemala, Costa Rica, Bolívia e Argentina assumiram a responsabilidade de definir os meios para garantir a realização do Congresso, e se reuniram de 10 a 14 de janeiro em La Paz para trabalhar sobre aspectos organizativos, logísticos e de conteúdos. Neste sentido, este material é um primeiro documento de informação para estimular e orientar a pessoas e coletivos que queiram participar desta importante iniciativa.

Deste modo, o I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária busca fortalecer este processo fomentado por organizações e redes em todo o continente, gerando um espaço que propicie o encontro entre estas experiências e concretize avanços significativos no terreno organizativo e de luta por políticas públicas de apoio a estes processos de organização popular, economia social e desenvolvimento local na América Latina. Acreditamos que o fortalecimento dos processos de Cultura Viva Comunitária no continente podem constituir um avanço importante na construção de uma nova sociabilidade humana, em uma perspectiva de justiça e equidade, em harmonia com a Mãe Terra (Pachamama) e nossos bens comuns. Um caminho para uma democracia do comum, deliberativa e participativa que permita transcender e superar o horizonte ao que nos quer condenar o capitalismo, a violência e as políticas extrativistas em nossa América.

Objetivos

Favorecer o autoreconhecimento coletivo e o encontro entre as distintas experiências, organizações, redes e processos latinoamericanos gerados em torno da Cultura Viva Comunitária.

Propiciar ações e ferramentas que ajudem o fortalecimento da organização econômica, social, política e cultural de experiências, processos e redes latinoamericanas de Cultura Viva Comunitária no âmbito local, regional, nacional e continental, a partir de conceitos vinculados à descolonização, ao bem viver e à Cultura de Paz.

Gerar os espaços necessários para o debate, a criação e a circulação de processos de reflexão cidadã, de transformação das relações entre o estado e a sociedade civil, processos de empoderamento popular, ferramentas legislativas e modelos de políticas públicas de apoio à Cultura Viva Comunitária, sustentando a necessidade de garantir um montante nunca menor que 0,1% dos orçamentos públicos nacionais ao apoio das iniciativas culturais em territórios e comunidades.

Dimensões e Critérios Metodológicos

A Cultura Viva Comunitária é a visão que alimenta um movimento social e cultural latinoamericano de base comunitária, local, crescente e convergente, que assume a cultura e suas manifestações como um bem universal dos povos. Parte substancial das lutas populares de nossas comunidades e do processo de mudanças paradigmáticas vividas em âmbito global e em especial no nosso continente, em torno a um novo modo de entender as relações entre o público, o comunitário e o estatal. Neste sentido, o I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária se define como um fórum continental no qual compartilharemos uma experiência coletiva de produção de conhecimentos e intercâmbio com o firme propósito de reconhecer, dialogar, refletir e estimular um encontro entre pares diversos, gente que faz a cultura viva, organizações artísticas, culturais, de comunicação para a transformação, de circo social, hip-hop, escritores, artistas plásticos, saltimbancos, sonhadores, amantes da vida e da terra, ativistas da cultura de paz e de não-violência.

A este encontro também estão convidados legisladores e gestores públicos de nossas cidades e países, onde existem hoje ações públicas de Cultura Viva Comunitária, com apoios importantes a partir da promoção de políticas como a dos “Pontos de Cultura”, a exemplo de Brasil, Argentina e Peru, ou como a Colômbia no estímulo às organizações de Cultura Viva Comunitária.

A atividade espera contar também com intelectuais, acadêmicos, líderes e dialogantes críticos, embaixadores de boa-fé que ajudem a posicionar a Cultura Viva Comunitária, como um fato político coletivo que permita dar maior sustentação às iniciativas que procuram, em todo o continente, dotar de maior apoio institucional e reconhecimento social aos milhares de coletivos que desenvolvem estas atividades em bairros e comunidades latinoamericanas.

As organizações e redes de Cultura Viva Comunitária propõem destinar 0,1% dos orçamentos públicos nacionais e locais para investimento em processos culturais comunitários mediante a criação de políticas públicas articuladas a nível continental, que avancem na promoção e no reconhecimento das organizações culturais comunitárias.

5 caravanas provenientes de Guatemala, Costa Rica, Colômbia, Equador, Peru, Brasil e Argentina percorrerão vales, montanhas, litorais, rios, ruas, bairros, cidades e países para encontrarem-se no dia 17 de maio em La Paz – Bolívia, levando uma mensagem de paz e amor, um corpo-continente atravessado pela esperança e que canta e celebra a vida. Cultura Viva!

Por isto, este Congresso procura distanciar-se de uma metodologia institucionalizada ou de pretensões normativas, e propõe experimentar uma metodologia que, em cada momento e em cada atividade, possa ser vivida em dimensões complementares e integrais, na potencialidade da criação de novos atores políticos, protagonizadas por estes setores nas transformações que devem ser realizadas neste século XXI. Dimensões coexistentes e circulares, alimentando o caminho de um povo de povos latinoamericanos.

A mística, a espiritualidade e o encontro artístico e cultural, recuperando os saberes corporais e as tradições orais de nossos povos, a memória coletiva como base substancial de nossas ações culturais, obras, intervenções e (multi) meios, em uma dinâmica na qual possamos deixarmo-nos influir generosamente pelas criações de todos e todas, seus sonhos e suas perspectivas de construção e crescimento.

O Intercâmbio, o debate e a formação como o exercício consistente de nossa capacidade de sistematizar o aprendizado, de comunicá-lo, de colocá-lo em questão e de oferecê-lo na construção de um novo saber coletivo, em uma dinâmica que nos fortaleça no pessoal e no grupal, em todos os terrenos necessários para a democratização de nossas culturas.

A organização regional, nacional e continental, gerando os espaços necessários para iluminar uma estratégia democrática que nos permita projetar as iniciativas e ações que tendam a garantir o crescimento e o fortalecimento da Cultura Viva Comunitária em nossos países, nossos bairros, nossas comunidades.

Com base nestas dimensões é que o I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária propõe uma metodologia que combina a realização de festas e celebrações, rituais culturais, seminários (integrando por lideranças das redes, organizações e instituições representativas a nível latinoamericano) oficinas, debates, feiras, festivais, intervenções de arte pública, marchas, caravanas, e assembleias abertas de Cultura Viva Comunitária.

A realização destas ações compartilhadas, de modo coletivo e circular, de 17 a 22 de maio em La Paz pode redundar em um novo ciclo de fortalecimento coletivo no caminho de uma sociabilidade mais justa, equitativa e harmoniosa, descolonizada e articulada no conceito integral do Bem Viver.

Participantes

A participação no I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária é aberta e democrática, de forma presencial e também através de fóruns virtuais e mecanismos de representação. Todos e todas interessados(as) podem inscrever-se nas diversas atividades e comissões de trabalho, cujas conclusões e documentos farão parte da Declaração do I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária.

Neste sentido, se propõe a participação em uma série de espaços, oficinas e comissões abertas.

De modo complementar a estas instâncias, a organização se propõe a garantir a presença de 600 delegados credenciados ao Congresso, pertencentes a distintos âmbitos:

a) Organizações e processos de Cultura Viva Comunitária dos 21 países da América Latina;

b) Lideranças de Redes Continentais impulsionadoras da iniciativa (Rede Latinoamericana de Arte para a Transformação Social, Rede Latinoamericana de Teatro em Comunidade, ALACP – Articulação Latinoamericana Cultura e Política, ALER – Associação Latinoamericana de Educação Radiofônica, entre outras);

c) Lideranças de todos os coletivos nacionais de fortalecimento da Cultura Viva Comunitária;

d) Legisladores e gestores públicos comprometidos com esta iniciativa em distintos países;

e) Convidados de outros movimentos sociais e culturais latinoamericanos ambientais, populares e comunitários

f) Acadêmicos, pesquisadores, Centros de Estudos e Universidades do Continente.

g) Grupos de Jovens, organizações e coletivos participantes das diversas atividades públicas

Deste modo, e para evitar uma dinâmica compartimentada, estanque ou desarticulada, durante a realização do Congresso está prevista a realização periódica das Assembleias Abertas de Cultura Viva Comunitária onde poderemos socializar e recuperar a produção e os debates em cada âmbito, de maneira que protagonizamos um processo integral e aberto, enriquecido pelas visões de todas e todos.

Programação em Construção

17 de maio

Chegada das delegações e alojamento

18 de maio: Caravana Latinoamericana pela Cultura Viva Comunitária e Celebração de Abertura.

13h – Caravana Latinoamericana pela Cultura Viva Comunitária – Saindo do Bairro de El Alto até o Centro de La Paz (Plaza San Francisco)

A Caravana, que reunirá todos os participantes do Congresso, percorrerá o trajeto com cortejos de grupos culturais, veículos, carroças, intervenções urbanas e distintas manifestações de expressões populares provenientes das diversas delegações latinoamericanas e comunitárias.

18h- Chegada na Praça San Francisco- Cerimônia Inaugural do Congresso: Feira de Experiências Culturais – Apthapi (Banquete popular compartilhado, tradição boliviana) – Entrega de símbolos de cada país – Ritual de Abertura facilitado por representantes das diversas expressões religiosas afro-ameríndias – Palavras de boas vindas da Plataforma Puente Cultura Viva Comunitária – Festival Artístico de Abertura.

19 de maio: Oficinas, Festivais e Mostras nos Bairros de La Paz

8h – Café da manhã

9h – Plenária de Abertura

Informes, comunicados e dinâmicas de apresentação, encontro e preparação para as oficinas e atividades descentralizadas

Painel Inaugural: Expositores – Referências da Cultura Latinoamericana.

12:30h – Almoço

14h – Saída para os Bairros: Atividades descentralizadas: Oficinas, Espetáculos, Mostras, Rodas de Conversa, Pintura de Murais, Feiras, Intervenções urbanas (em todos os 9 distritos de La Paz)

Mesas e Oficinas (atividades de debate relativas aos conteúdos do Congresso)

21h – Festival de Cultura Viva Comunitária: Apresentações Artísticas e espetáculos de diversos gêneros e linguagens.

20 de maio: Cultura Viva Comunitária: Debate e Organização

8h – Café da Manhã

9h – Início das Sessões de Debate

a) Encontro de Redes e Organizações de Cultura Viva Comunitária: “Construindo uma estratégia para o fortalecimento da Cultura Viva Comunitária na América Latina” (representantes de organizações e redes latinoamericanas)

b) Jornadas “Para a criação de legislações e Políticas Públicas de Apoio a Cultura Viva Comunitária na América Latina” (representantes de legislativos e gestores latinoamericanos vinculados às temáticas de Cultura Viva Comunitária)

São propostos 4 temas para o avanço deste grupo de trabalho, que são:

Políticas Públicas de CVC em nível local / nacional. Seus avanços, debates, desafios e perspectivas

Legislação Cultural: Que outras leis e/ou políticas se estão promovendo com metodologia participativa de baixo para cima?

Como promover governança a partir das Ações de Cultura Viva Comunitária?

Refletir sobre os “impactos culturais” que trazem o desenvolvimento dos mega-projetos e empreendimentos e a urgente necessidade de se propor indicadores e um sistema de avaliação que seja atendido por empresas ou governos afim de proteger as comunidades e os seus patrimônios culturais.

E 2 resultados esperados:

1 – Rede de Cidades pela Cultura Viva e a transformação social

2 – Articulação Parlamentar Latinoamericana de Cultura Viva Comunitária

c) Grupos de Trabalho: Abertos, segundo estas propostas optativas:

Culturas, Descolonização e Bem viver serão eixos transversais, que pretendem inspirar nos grupos reflexões criativas, movimentos e conexões que deem ao Congresso marcos filosóficos e conceituais para a Cultura Viva Comunitária.

Por outro lado, são propostos temas gerais para gerar debates específicos sobre as seguintes áreas:

1. Arte para a Transformação Social. Este eixo reúne as organizações culturais comunitárias (entidades ou processos) que através das mais diversas expressões artísticas procuram gerar laços comunitários e oportunidades de reflexão sobre suas próprias realidades, seus problemas e suas potencialidades. A arte concebida para a transformação social, bem como para transformação pessoal e formação estética, mais sobretudo para a formação ética das comunidades.

2. Comunicação para uma Democracia Verdadeira. Reúne organizações e coletivos (entidades ou processos) que procuram uma implementação alternativa e democrática dos meios de comunicação, que confronte a manipulação da grande mídia e permita a circulação de informação realmente útil às comunidades. Suas áreas são o jornalismo comunitário, televisão e emissoras de rádio comunitárias, produção audiovisual e meios de publicidade orientados aos interesses e necessidades de suas comunidades.

3. Ciência, Tecnologia e Matemática “apropriadas”: por e para todos. Reúne iniciativas (entidades ou processos) que procuram estimular o pensamento científico, matemático e promover tecnologias “apropriadas”, na dupla acepção do termo: as tecnologias mais apropriadas – mais pertinentes às realidades e necessidades da comunidade – e também as tecnologias assumidas como próprias – ressignificadas e apropriadas – pelas comunidades. Isto inclui a criação de “cyberódromos”, lan-houses, clubes científicos e tecnológicos em áreas como astronomia, informática, robótica, mecânica, ciências biológicas, matemáticas, TICs, etc.

4. Celebrações para uma Vida Comunitária. Esta linha reúne expressões lúdicas com claro conteúdo estético e comunitário. Estão aqui incluídas as festas (que tenham evidente sentido cultural), cortejos, blocos, brinquedos e brincadeiras populares, circo comunitário, cirandas, folias, circo comunitário, etc.

5. Memória e patrimônio para a construção do futuro dos povos. Pontos de Cultura (Entidades ou processos) que reúnem membros de uma comunidade para reivindicação de sua memória, para inventário e salvaguarda dos patrimônios culturais tangíveis e intangíveis e patrimônios naturais de suas respectivas comunidades. Envolve centros de história e historiadores comunitários, museus comunitários, comunidades de tradição oral, etc.

6. Letras e palavras para reinventar a realidade. Nesta linha se incluem pontos de cultura (entidades ou processos) que promovem o uso da palavra seja pela literatura, pela oralidade, bibliotecas, livros, seja pela tradição oral e intercâmbios linguísticos, para o desenvolvimento da criatividade.

7. Filosofia para o pensamento e a ação. Inclui pontos de cultura (entidades e processos) cujo propósito fundamental está na divulgação em espaços comunitários do conhecimento e pensamento de filósofos, humanistas ou cientistas sociais, através de conferências, difusão de textos, tertúlias, grupos de estudo, etc. A serviço de sua compreensão de mundo e consequente ação transformadora.

Eixos temáticos transversais à diferentes expressões de Cultura Viva Comunitária

De modo complementar aos Grupos de Trabalho, acreditamos que existem temas nestas categorias propostas cujas ações poderiam pensar-se em relação transversal com organizações de outras linhas. São estas:

8. Educação para a vida e a cultura. Linha que envolve aqueles pontos de cultura (entidades ou processos) que geram pontes entre o sistema educacional e a cultura cotidiana das comunidades. Se expressa em ações de alfabetização de adultos, enriquecimento de jornadas extracurriculares, mediadores culturais e entidades de educação popular. Linha transversal, pois no âmbito escolar podem ser mediadas todas as demais linhas.

9. Etnoculturas para o respeito e a convivência. Nesta linha se incluem experiências de Cultura Viva Comunitária (entidades ou processos) formados por grupos étnicos de origem não-ocidental ou entidades ocidentais que reivindicam as expressões das culturas de grupos étnicos não-ocidentais, com enfoque em diálogos interculturais. Inclui também a entidades que pesquisam e fortalecem expressões, conhecimentos e práticas de comunidades tradicionais.

10. Infância crescendo na Cultura Viva Comunitária. Se é verdade que para cada grupo populacional se poderiam desenhar estratégias transversais de relação com a cultura, tarefa que poderia ser quase infinita, é possível e necessário pensar (dado o seu caráter fundamental e estratégico) uma linha transversal que reúna de maneira especial os pontos de cultura (entidades ou processos) que orientam seu trabalho fundamentalmente para o envolvimento de crianças e adolescentes nas dinâmicas de Cultura Viva Comunitária como objetos e sujeitos da ação. Estas experiências são conhecidos na política cultural brasileira como “pontinhos de cultura” e são transversais pois entram em inevitável relação com as demais linhas.

11. Mediação Cultural para a Comunidade. Pontos de Cultura (entidades ou processos) que realizam ações transversais básicas para o fortalecimento da ação pró-cultural em si mesma, em favor das comunidades, através da formação em temas fundamentais de gestão e mediação cultural, pesquisa em temas de cultura e cultura viva comunitária, elaboração de textos de formação sobre o tema, assessorias e consultorias sobre questões fundamentais do setor cultural, coordenação de redes, realização de encontros (fóruns, simpósios, congressos, seminários) gestão comunicativa e promoção dos mediadores e das entidades. Trata-se de uma linha transversal porque a reflexão e teorização implica uma interação permanente com os demais eixos de discussão.

12. Cultura de Paz. Respeitar a vida e a diversidade, rechaçar a violência, ouvir ao outro para compreendê-lo, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade, procurar o equilíbrio nas relações entre gêneros e etnias, fortalecer a democracia e os direitos humanos. Tudo isso faz parte da Cultura de Paz e da Convivência.

13h – Almoço

14h – Continuação dos debates em grupos

18h – Assembleia aberta de Cultura Viva Comunitária

– Apresentação dos avanços em cada um dos âmbitos de debate

– Debate: Desafios e perspectivas da Cultura Viva Comunitária no modelo social e econômico atual da América Latina.

21h – Festival Artístico de Cultura Viva Comunitária

21 de maio: Plano de Trabalho – Rumo aos Congressos Nacionais de Cultura Viva Comunitária

8h – Café da Manhã

9h – Continuação dos debates:

Plenária de intercâmbio entre os grupos de trabalho (a) e (b): “Agenda Comum para o fortalecimento da Cultura Viva Comunitária Latinoamericana”

Grupos de Trabalho: Sistematização das conclusões para exposição em plenário.

13h – Almoço

16h30 – Assembleia aberta de Cultura Viva Comunitária – Plenária de Conclusões e Encerramento.

– Apresentação artística e lúdica das conclusões dos debates

– Leitura das conclusões do I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária

– Cerimônia de Encerramento, Festival artístico e saudações ao encerramento do Congresso

22 de maio: Viagem à semente – Descolonização do Corpo – Povo de Criadores

Viagem coletiva à Yungas, Mururata. Ritual de encerramento.

COMO PARTICIPAR E SE INSCREVER?

A partir de 19 de fevereiro, todos e todas os(as) interessados(as) em participar poderão contar com informações sobre as atividades e horários do Congresso, disponíveis no site: www.culturavivacomunitaria.org e no email info@culturavivacomunitaria.org

Assim que possível, teremos também informações sobre custos e oportunidades de alojamento e alimentação em La Paz para a semana do evento, bem como os endereços dos espaços que sediarão as atividades.

O email para envio de solicitações de cartas-convite, inscrições e confirmação de participação é congresoculturaviva@gmail.com

A organização do evento está trabalhando junto a entidades de cooperação e o governo boliviano para garantir a infraestrutura que possa apoiar os participantes nas questões de alimentação e alojamento de grupos e coletivos em diversas categorias e possibilidades. No entanto, até o momento, todos os mecanismos e recursos para a participação no Congresso são autogestionários e de responsabilidade de cada grupo e organização.

Da mesma forma, a estes endereços de email devem ser enviadas todas as propostas de oficinas, exposições, apresentações artísticas ou espaços de formação gratuitos que possam ser oferecidos como parte da programação do Congresso. É necessário, no entanto, especificar as condições e a infraestrutura necessária para cada iniciativa de modo que seja possível prever os aspectos logísticos.

Um desafio e uma esperança

Gerar e compartilhar uma iniciativa que consolide e fortaleça a perspectiva da Cultura Viva Comunitária na América Latina é uma necessidade importante de nossos setores populares, na medida em que estas experiências são, nos dias de hoje, uma dimensão importante de suas práticas cotidianas, não só na resistência aos modelos neoliberais e excludentes, como também na configuração de uma nova sociabilidade. Um formato de encontro que atue na concepção de políticas públicas estatais, em iniciativas de intercâmbio, formação, sensibilização e organização em rede aparece como um desafio e uma esperança importante no marco de debates políticos que nosso continente está e seguirá enfrentando pelos próximos anos.

Esperamos que este I Congresso Latinoamericano de Cultura Viva Comunitária seja um passo a mais neste caminho de nossos povos em direção a formas de organização social que recuperem o BEM VIVER como eixo de articulação entre o público, o comunitário e o estatal.

E viva a Cultura Viva!!

Fonte: Pontão de Articulação da CNPdC